Maior greve em 10 anos espalha transtornos pelo país e já trava negócios
Ao
acumular negociações salariais de servidores de diferentes áreas, o
governo federal enfrenta a maior greve pelo menos desde 2003. Às
vésperas das eleições municipais, diversas categorias somam-se à
mobilização que se alastra pelo país e afeta desde o ensino até o
comércio do Brasil com outros países. Sindicatos estimam em 380 mil o
número de servidores mobilizados no país. No Rio Grande do Sul são 12
órgãos, além de docentes e servidores de universidades. Por trás do
movimento, a estratégia de acelerar os acordos com cada uma das
categorias, pois o prazo para emendas ao orçamento do ano que vem se
encerra dia 31. A adesão de policiais federais e de policiais
rodoviários federais nesta semana aliada à greve dos servidores deu
visibilidade nacional ao movimento deflagrado há três meses em
universidades e órgãos ligados à Saúde. Para especialista ouvido por
Zero Hora, a ação articulada de diversas categorias teve como estopim a
incapacidade do governo federal de lidar caso a caso com as
reivindicações salariais. – O governo federal, ao prorrogar as
negociações com servidores, acabou represando as demandas de grupos que
tinham em comum um mesmo interlocutor. Era inevitável que unissem
forças, até porque algumas categorias, por causa dos setores onde atuam,
conseguem exercem maior pressão do que outras – explica o sociólogo e
cientista político Emil Sobottka.
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