Foto: Ilustrativa
Sem fazer qualquer juízo de valor quanto ao resultado da
votação favorável ao presidente da República, Michel Temer, na Câmara
dos Deputados, é preciso lembrar como votaram os representantes do povo
sobre o prosseguimento ou não da apuração da denúncia do “quadrilhão do
PMDB”. Em votações como a realizada nesta quarta-feira (25), não são
raros os brasileiros que se questionaram: em quem eu votei nas eleições
de 2014? Infelizmente, para uma maioria significativa não há memória
recente e dificilmente os eleitores se recordam para quem foi depositado
o voto, especialmente para o Legislativo. Nessa dicotomia que se tornou
a política brasileira nos últimos anos, é impossível negar que houve
maior presença da discussão política nas rodas de conversa. Porém, para
além dos debates sobre a última novela das 21h, a maior briga ficou para
o embate entre petistas e tucanos, representados por Dilma Rousseff e
Aécio Neves. Ambos, no entanto, são cartas completamente fora do baralho
e a ascensão de Temer ao poder é resultado também das trapalhadas
daqueles que colocaram os nomes nas urnas na última eleição. Enquanto o
Brasil discutiu se um ou outro era melhor para o país, o Legislativo
manteve índices de renovação bem abaixo do esperado com operações
sucessivas da Polícia Federal batendo à porta dos políticos. Apenas como
título de exemplificação, o então deputado Luiz Argôlo (SD-BA), acusado
de corrupção passiva, ficou na primeira suplência, com quantidade
suficiente de votos para quase ser eleito. Se no passado os brasileiros
poderiam argumentar que não conheciam o posicionamento dos seus
representantes no Congresso Nacional, a desculpa não vai colar na
eleição do próximo ano. Foram, no mínimo, três votações amplamente
televisionadas: o impeachment de Dilma e as duas denúncias – arquivadas –
contra Temer. As listas estão facilmente disponíveis e basta uma busca
simples para identificar se os representantes que estão com mandato
efetivamente comungam com os ideais do eleitor. Apostar nessa
consciência – ou inconsciência – coletiva é um sopro de esperança para o
futuro. Independente de ser a favor ou contra Dilma, a favor ou contra
Temer, conhecer quem merece o voto e lembrar quem recebeu a confiança do
eleitor é um passo relevante para tornar a democracia brasileira
madura. Em tempo, foram 14 baianos que votaram a favor de Michel Temer,
enquanto 21 desejam que o presidente seja investigado. Apenas três se
ausentaram. Anote os nomes deles no caderninho.
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