Marinalva Nunes, presidente da Fetrab | Foto: Edvan Barbosa/ Divulgação
A presidente da Federação dos Trabalhadores Públicos do
Estado da Bahia (Fetrab), Marinalva Nunes, enviou um recado ao
governador da Bahia, Rui Costa: ele deve ter atenção. Insatisfeitos com a
falta de reajuste nos salários desde o ano passado, os servidores
baianos estão “com grande disposição” de fazer greve. O passo inicial em
direção a este movimento pode ser a paralisação marcada por várias
categorias para o próximo dia 6 de abril. “O dia 6 será um balizador
para puxar a categoria para uma maior mobilização. Depois, faremos
avaliação do movimento e, para a próxima mobilização, veremos se faremos
uma paralisação de 48h, para dar continuidade ao movimento, ou se já há
condições para greve geral”, afirmou Marinalva em entrevista ao Bahia
Notícias. O tom contra o governo subiu pelo fato de, segundo a
presidente da entidade, a administração estadual se negar a negociar
pautas das categorias, como reajuste linear – apenas com reposição da
inflação - respeitando a data-base; aumento do auxílio-alimentação;
progressão e promoção de carreiras; a aquisição do Hospital Espanhol
para os servidores públicos; discussão sobre a extinção do Derba; e o
pagamento da Unidade Real de Valor (URV) para os trabalhadores, já
ordenada judicialmente, mas cuja execução ainda não foi iniciada pelo
governo. “O governo diz que está com disposição de reunir sindicalistas,
mas não discute a pauta geral, justificando que está no limite
prudencial e, portanto, não chama para reunião, por conta de não querer
discutir o reajuste linear. Nós não concordamos”, criticou. O governo
tem argumentado que a Bahia é um dos poucos estados a pagar o salário
dos servidores em dias atualmente, mas isto não tem deixado os
trabalhadores inteiramente satisfeitos. “Estamos com defasagem desde
2013, quando o governo parcelou em duas vezes a inflação. Em 2014, foi
parcelado, mas não retroativo à data-base. Em 2015, também não
retroativo. Em 2016, 0% de reajuste. Neste ano, até então o governo
disse que a crise não deixa repassar nem a inflação. Desde 2013, o
salário é arrochado. Pagar salário em dia não é só isso que merecemos”,
reclamou. A presidente afirma que, por causa da defasagem nos salários,
40% dos servidores estão com vencimentos abaixo do salário mínimo,
atualmente de R$ 937, e enfrentam “muita dificuldade”. A paralisação do
próximo dia 6 inicia com concentração no Bahia Café Hall, na Avenida
Paralela, e vai até a Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia
(CAB).
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