Da dor ao exagero, o risco de morrer
Consumo
excessivo e sem orientação médica pode transformar analgésicos em
veneno. Ao alcance da mão sem exigência de receita nas farmácias, os
três remédios mais vendidos, em valor, no Brasil são analgésicos
(Dorflex, Torsilax e Neosaldina). Entre novembro do ano passado e deste
ano, foram comercializados 166 milhões de caixas, com faturamento de R$ 2
bilhões. Mas o uso indiscriminado pode levar à dor crônica, além de
causar hemorragia digestiva, danos aos rins, ao fígado e até mascarar
males graves, como tumor cerebral. Para dar ideia da dimensão do
problema, estudo do Hospital das Clínicas de BH mostrou que 16,6% dos
pacientes com cefaleia abusaram de remédios. No serviço estadual de
toxicologia, 2,7 mil pessoas foram internadas em 2010 por intoxicação
medicamentosa. E no HPS, este ano, mais de 500 pacientes precisaram de
atendimento de urgência pelo mesmo problema. O número não é fracionado
por tipo de remédio, mas o hospital já começa a receber casos em que o
analgésico além do necessário causa complicações. "Esse grupo de
medicamento preocupa muito. Não temos aqui estudos como tem lá nos
Estados Unidos, mas já há sinais de problema. As pessoas acreditam que a
dipirona e o paracetamol, principalmente, são de uso corriqueiro porque
não precisam de prescrição, mas é um engano", afirmou a supervisora da
assistência farmacêutica da Rede Fhemig, Hessem Miranda Neiva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário