A demora na conclusão de uma obra na Rua Senegal está gerando diversos transtornos para moradores do bairro Lagoa Grande, em Feira de Santana.

 

Nos corredores do Centro Administrativo da Bahia, o assunto tem sido um só: o caos nos contratos da Conder (Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia). Obras paradas, empresários de saco cheio e prefeitos batendo cabeça para explicar à população por que as promessas feitas em palanque ainda não saíram do papel.

Segundo uma fonte próxima ao governo, a situação é dramática. O débito acumulado da Conder com empreiteiras e fornecedores já se aproxima da casa do R$ 1 bilhão. O número, embora não oficialmente reconhecido, circula com naturalidade entre os que acompanham de perto o drama administrativo.

Em 2022, a Conder teve papel decisivo na eleição de Jerônimo Rodrigues (PT), servindo como vitrine de realizações em dezenas de municípios baianos. Obras de pavimentação, praças, mercados, quadras esportivas — tudo para mostrar serviço antes das urnas. Mas agora, o que se vê é um rastro de obras inacabadas e empresas rescindindo contratos por falta de pagamento.

Prefeitos aliados do governo já pressionam o Palácio de Ondina por uma solução.

Internamente, o governo admite o problema e promete uma solução nos próximos meses. Um novo aporte financeiro estaria sendo articulado para aliviar a crise e permitir que a Conder retome seu papel nos municípios.

Até lá, o desgaste é inevitável. E o que foi usado como trunfo eleitoral em 2022 pode virar munição da oposição em 2026.