por Cláudia Cardozo
Foto: Angelino de Jesus/ OAB-BA
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA), Luiz Viana, em um vídeo, se manifesta em defesa da Justiça e diz que o Supremo Tribunal Federal (STF) destampou a caixa de pandora, e abriu um processo constituinte ilegítimo, ao permitir a execução provisória de uma pena, antes do trânsito em julgado. O vídeo foi divulgado pela OAB da Bahia nesta terça-feira (3), véspera do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no Supremo. No vídeo, Luiz Viana, afirma que o manifesto é pela defesa da Justiça, “e não de interesses e direitos subjetivos, específicos de pessoas determinadas”. “Defender a Justiça hoje, é defender que o Supremo Tribunal Federal também está submetido à Constituição Federal e tem a grandiosa missão de interpretá-la, de aplicá-la, mas, sobretudo, de respeitá-la. Quando o próprio STF diz que aquilo que está escrito na Constituição não é bem aquilo que está escrito na Constituição, nós temos um problema constitucional”, diz o presidente da OAB-BA. Para ele, quando o Supremo Tribunal Federal “diz que presunção de inocência em trânsito em julgado não é o que sempre foi dito sobre presunção de inocência em trânsito em julgado, nós temos um problema”. “O Supremo destampou a caixa de pandora, e abriu um processo constituinte ilegítimo. A Constituição, de 1988, já foi reformada mais de cem vezes, através do devido processo legislativo constitucional. É esta forma de emendar a Constituição Federal. Nem mesmo a Supremo Tribunal Federal pode emendar a constituição através de suas interpretações. Esta me parece uma questão fundamental”, ponderou. O vídeo foi gravado no último dia 28 de março, quando Viana participou de um ato na OAB de São Paulo. Ainda em sua declaração, Viana afirma que, quando a caixa de pandora foi destampada, “espalhou pelo mundo todos os males, mas espalhou-se pelo mundo também a esperança”. “Eu tenho a firme esperança que movimentos como esse, do constitucionalismo brasileiro, poderão fazer o Supremo enxergar seu papel na nossa República”, afirmou. Viana ainda citou uma declaração atribuída a Ruy Barbosa, no livro Ruy, o Estadista da República, de Otávio Mangabeira: “O Judiciário foi o poder que faltou a República”. “Eu tenho a esperança de que esse não seja o momento que o Judiciário haverá de faltar à República”, finalizou.
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