Ana Silva*, 34, aperta os nós dos dedos como se fosse capaz de
desenrolar com as mãos os problemas da vida após o fim do relacionamento
com Pedro Cardoso*. Há quatro anos, ela deixou os filhos menores com os
avós e levou o maior para morar com ela e o então namorado. O destino
era uma casa, na roça, em Planaltina. Depois de um ano e meio de
relacionamento, Pedro convenceu a moça de que poderia ser padrasto de
seus filhos. “Primeiro, eu queria confiar. Não fui me juntando a ele e
levando logo os meus filhos. Quando ele me passou confiança, levei”,
justifica, nunca dizendo o nome daquele que virou seu algoz. A ida dos
filhos menores à casa de Ana, em 2013, escancarou à família o pesadelo
que ela vivia calada. A jovem é uma das mulheres que tiveram o destino
alterado por causa da Lei Maria da Penha, que completa, no próximo
domingo, 10 anos de existência e de proteção a pessoas que tiveram a
vida destruída por companheiros.
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