O estudante de arquitetura Diego Vieira Machado, 24 anos, foi encontrado
morto, no início da noite deste sábado, em uma área de mata perto do
alojamento da universidade, no campus da Ilha do Fundão. O jovem havia
sido visto pela última vez dentro do prédio onde moram os alunos por
volta das 9h da manhã do dia de ontem. O corpo foi encontrado por volta
das 18h sem as calças e em posição de luta, com marcas de agressão na
cabeça. Amigos da vítima suspeitam que o crime foi motivado por
homofobia. Diego era natural de Ananindeua, no Pará e estava no Rio
desde 2012. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios (DH). O
corpo foi removido por volta das 23h após o trabalho de perícia da
equipe da DH. A reportagem apurou que testemunhas viram um homem branco,
sem camisa, com a roupa manchada de sangue e arranhões pelo corpo tomar
o ônibus da linha 485 por volta do meio-dia do sábado, depois do
desaparecimento do jovem. De acordo com a Polícia Civil, câmeras de
segurança da região e da empresa de ônibus serão solicitadas para ajudar
na elucidação do caso. Segundo estudantes da universidade, é comum o
uso da área de mata no campus para encontros sexuais e, há um mês, houve
um caso de estupro contra um rapaz também aluno da instituição. Amiga
do jovem, Pérola Gonçalves acredita que o rapaz foi mais uma vítima de
crimes de homofobia no estado. “Não é o primeiro caso de agressão desse
tipo na UFRJ. Não sei dar detalhes, mas um outro menino gay e negro foi
violentado nesse matagal”, contou. Ela suspeita que o homicídio possa
ter sido cometido por mais de uma pessoa. “O problema maior é que o
Diego era um cara muito forte, lutou judô e treinava kung fu. É difícil
pensar que uma pessoa só tenha feito isso”, comentou. O universitário
era formado em Letras e tinha a intenção de trancar a faculdade de
arquitetura e iniciar o curso de Comunicação Social. “Ele era um
artista. Eu dizia para ele que era o Leonardo da Vinci do século XXI. As
poesias dele me faziam chorar. As pinturas dele são vibrantes. Fazia
cadeiras, mesas, muita coisa. Eu e ele estávamos fazendo uma série de
cadernos para vender”, lembrou a amiga. O traslado do corpo de Diego
para a cidade de Ananindeua, onde mora a família da vítima, será
organizado pela UFRJ. Equipe de psicólogos do programa Rio Sem
Homofobia, do governo do estado, vai oferecer apoio psicológico aos
amigos. (O Dia)
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