VIDA+MED DIRETOR PRESIDENTE ORLEANS DANTAS

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ITABUNA-BA

terça-feira, 8 de abril de 2014

A presidente reprovada

A presidente reprovada – O Estado de S.Paulo
"Se a eleição fosse hoje…" Pesquisas de intenção de voto são obrigadas a partir dessa premissa para que as preferências manifestadas pelos entrevistados sejam menos abstratas do que se esperaria se lhes fosse perguntado em quem deverão votar na eleição vindoura para o Executivo. Mas, se a fórmula adotada pelos institutos é dos males o menor, também é verdade que todo levantamento anterior ao período em que o grosso do eleitorado passa a prestar atenção na disputa vale o que lhe queiram atribuir as partes interessadas e os analistas que por dever de ofício se arriscam a erguer castelos no ar.
Isso explica o aparente paradoxo que emergiu da mais recente sondagem do Datafolha, realizada na semana passada e divulgada domingo, sobre a sucessão presidencial. Consiste na redução de seis pontos no voto dilmista (de 44% em fevereiro para os atuais 38%), com a estagnação do apoio aos seus principais adversários, no cenário eleitoral mais provável. O senador tucano Aécio Neves tinha 16% e com 16% permanece. O ex-governador pernambucano Eduardo Campos, do PSB, foi de 9% para 10%, um grão de areia estatístico.
Pudera: enquanto 87% dos entrevistados disseram conhecer ou muito bem ou um pouco a presidente da República, 60% apenas ouviram falar de Aécio ou nem sequer o conhecem e 75% responderam o mesmo em relação a Eduardo Campos. Tão ou mais importante do que isso para que os dilmistas se guardem de dar por certa a vitória de sua candidata já no primeiro turno - que é o que a aritmética ainda aponta a meio ano do pleito - e os seus adversários não saiam proclamando que a queda da petista é o começo de um inevitável declínio é o fato de praticamente 30% dos eleitores ou rejeitarem os nomes que lhes foram mostrados ou não saberem escolher um deles. (...).
Por que Dilma voltou a perder prestígio? Porque - e esse é o dado singular mais importante do levantamento do Datafolha - quase 2/3 dos entrevistados (63%) acreditam que ela fez pelo País menos do que se esperava. O pior para a presidente é que a frustração vem acompanhada (ou é reforçada) por uma onda de pessimismo que parece ter dissipado de vez o feel-good factor graças ao qual Lula fez a sua sucessora em 2010. Também 2/3 (65%) preveem mais inflação; 45%, mais desemprego; e 35%, menor poder de compra dos salários. Quanto ao próximo mandato, nada menos de 72% clamam por mudanças - e identificam em Lula, com o dobro das citações a Dilma, a figura mais preparada para fazê-las.
E não se pode esquecer de que ela está em permanente campanha, desfrutando, graças ao cargo, de acesso privilegiado à mídia eletrônica. Em menor escala, os seus adversários também fazem a propaganda antecipada assim tida pelo arbitrário - e afinal hipócrita - calendário eleitoral que inibe o debate político, tutela o público e retarda a sedimentação das preferências eleitorais, como espelham as pesquisas.

Não é o apocalipse, mas não é fácil - Antonio Delfim Netto- Valor Econômico 
(...) A despeito de tanta confusão, é preciso afirmar que o conhecimento econômico continuou avançado. A ação dos governos e seus bancos centrais, sob cujos olhos míopes o sistema financeiro internacional fez a sua penúltima traquinagem, foi muito melhor informada e eficaz do que a dos anos 30 do século passado e evitou a repetição da Grande Depressão.
Só agora, sete anos depois da crise, o mundo desenvolvido está voltando ao nível de atividade que tinha em 2007, mas em situação fiscal muito mais difícil. O mundo emergente recuperou-se mais rapidamente, mas sente falta do dinamismo produzido pela ampliação do comércio exterior. Os EUA estão em melhor situação pela revolução energética, pela aceleração das inovações e pela combinação do controle de gastos públicos com um aumento do crescimento. A Europa, infelizmente, está atrasada pela dificuldade de coordenação entre os seus países e pelo uso, simultâneo e abusivo, da austeridade fiscal. Flerta, hoje com uma perigosa deflação.
Ao olhar o mundo, não parece provável que haja uma recuperação global importante em 2014 e 2015. Talvez um pequeno aumento dos países desenvolvidos com relação a 2003 (1,2%), para 1,8% em 2014 e 2,2% em 2015 e uma redução dos emergentes (4,6% em 2013) para 4,3% em 2014 e 4,5% em 2015.
No Brasil, nada sugere um crescimento muito diferente do de 2013 (2,3%) em 2014 e 2015. Obviamente, não devemos esperar nenhuma contribuição importante do volume físico das exportações, ainda que seus preços possam flutuar em resposta aos eventos climáticos.
Seguramente não estamos à beira do apocalipse, como querem alguns, mas a situação é desconfortável. Precisamos de medidas estruturais (reformas: orçamentária, previdenciária, trabalhista, política industrial etc.) e medidas conjunturais adequadas e coordenadas (fiscais, monetárias e cambiais) que compatibilizem melhor a fundamental política civilizatória de inserção social que estamos praticando, com a necessidade de aumentar a produtividade da mão de obra, o único caminho para a volta ao crescimento. Não vai ser fácil. Temos de trocar os pneumáticos do caminhão com ele andando...

Para baixo do tapeteFolha de S.Paulo 
De olho nas eleições, governo adia adoção de medidas impopulares, mas necessárias, e problemas se acumulam para 2015. (...)
As dificuldades do setor elétrico são a consequência mais evidente desse esforço pela preservação do eleitor. O represamento de preços tem causado às distribuidoras de energia prejuízos que podem superar R$ 20 bilhões neste ano. 
O caminho mais responsável seria autorizar alta moderada na conta de luz e iniciar medidas de economia, a fim de evitar riscos excessivos. Mas a opção foi jogar o problema para a frente. Estima-se que as tarifas tenham de subir de 15% a 20% nos próximos dois anos.
O mesmo se dá com os preços dos combustíveis, ainda abaixo dos praticados no mercado internacional. A situação deficitária compromete a Petrobras, que amarga forte erosão de sua capacidade de geração de caixa e vê sua dívida crescer de forma temerária. (...)
Há, por fim, a deterioração das contas públicas. O acúmulo de medidas equivocadas minou as condições para o governo manter a dívida estável. Evitar um cenário de desequilíbrio demandará aperto orçamentário no próximo ano. A carga tributária, com isso, deve continuar a crescer.
O adiamento de remédios amargos deixa como legado um cenário ainda mais difícil para 2015: arrocho tarifário, mais impostos e, possivelmente, juros mais elevados.

Fiasco no IpeaFolha de S.Paulo 
A reputação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sofreu novo revés com a malfadada pesquisa de opinião sobre violência contra a mulher.
A pesquisa integra o Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) do órgão, que se baseia em entrevistas domiciliares em 212 municípios e pretende ter representatividade nacional. Da maneira como se faz, nunca a alcançará.
Para isso, as respostas teriam de sofrer um processo de ponderação, pois a amostra nele representada discrepa acentuadamente do perfil dos brasileiros. Há 66,5% de mulheres no levantamento do Sips, contra 51,6% na população acima de 15 anos. Há também uma quantidade excessiva de idosos e de moradores de cidades pequenas.
O Ipea, no entanto, não efetua tal ponderação. Alega que o procedimento foi testado em pesquisa anterior e acabou por não alterar significativamente os resultados. Tal afirmação precisaria vir apoiada em dados para se tornar crível.
Outro levantamento do Sips, sobre telecomunicações, já havia suscitado estranheza, em 13 de março, ao revelar que 66% dos entrevistados avaliaram de modo positivo a telefonia celular -um serviço reconhecidamente caro e ruim.
O Sips se encaixa à perfeição na tese de que o Ipea vem se transformando, a partir do segundo governo Lula, num aparelho ideológico. Criado há meio século, na ditadura militar, o instituto angariara prestígio acadêmico com a produção de estudos econômicos independentes, patrimônio ora ameaçado pela reorientação esquerdista.
Não há de ser coincidência que o primeiro escritório internacional do órgão tenha sido aberto na Venezuela, em 2010, quando o presidente do Ipea era Marcio Pochmann, tido como o maior responsável pela guinada política.
O atual presidente é Marcelo Neri. Sua responsabilidade, agora, não é só evitar novos fiascos como o do Sips, mas devolver ao Ipea o renome como órgão de Estado, e não mais como agência petista.

Vergonha - BENJAMIN STEINBRUCH – Folha de S.Paulo 
Conformar-se com o arrocho monetário é inadmissível; juro alto solapa a produção e impede o crescimento. (...)

Menos prisões- VLADIMIR SAFATLE – Folha de S.Paulo 
O número aproximado de pessoas presas no Brasil é de 550 mil. Trata-se do quarto maior contingente do mundo, atrás apenas dos EUA, da China e da Rússia. (...)
Um dos maiores grupos, a saber, 138 mil pessoas, representa aqueles presos por problemas ligados a drogas; na maioria das vezes são casos que, com um pouco de boa vontade, um sobrenome "classe média alta" e um bom advogado, seriam vistos como consumo, não como tráfico.
Apesar dessa população carcerária em crescimento vertiginoso (lembre-se que há 20 anos haviam "apenas" 129 mil presos), apesar da polícia brasileira matar a esmo, nem a sensação de segurança aumentou, nem os números de crimes diminuíram. O que mostra como o Brasil é a maior prova da ineficácia brutal da política massiva de encarceramento. (...)

COLUNAS

PAINEL – Folha de S.Paulo 
Letra morta
Prestes a dar seguimento à CPI articulada pelo Planalto para investigar sete assuntos diferentes, o presidente do Senado, Renan Calheiros, engavetou em 2006 pedido de comissão para apurar denúncias de corrupção no governo Lula. "Listar fatos difusos, desconexos ou pulverizados (...) na tentativa de viabilizar sua instalação não encontra respaldo na Constituição, nem nos regimentos das Casas legislativas, e menos ainda no STF", escreveu Renan, na época.
Jurisprudência O pedido de 2006 incluía a quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa, as relações empresariais do filho de Lula e a prisão de um assessor petista com dinheiro na cueca. O caso será citado pela oposição no recurso ao STF para tentar garantir a CPI da Petrobras.
Abafa O Planalto quer adiar por mais uma semana a decisão sobre a CPI, para tentar enterrar todas as investigações propostas. Os senadores petistas vão pedir vista durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça que vai discutir o pedido.
Cordão sanitário A partir de hoje, governistas no Congresso vão martelar em entrevistas e nas tribunas a explicação de que as acusações contra André Vargas não têm nada a ver com a Petrobras. Os diálogos entre o deputado e o doleiro Alberto Yousseff mostrariam a tentativa frustrada de influir numa compra do Ministério da Saúde. A intenção é circunscrever o desgaste ao petista e evitar que o caso dê gás à tentativa de criar a CPI.
Vivo? Vargas havia dito a aliados no domingo que pediria licença da Câmara por 90 dias. A mudança de prazo para 60 dias foi uma aposta de que vai "conseguir segurar" o mandato, diz um colega.
Sinais O cenário de queda de Dilma Rousseff na pesquisa Datafolha atiçou grandes empresários que torcem pela volta de Lula. Um deles disse a um político no fim de semana que acredita que a troca do candidato petista é só uma questão de tempo.
Alerta No Planalto, o dado considerado mais alarmante da pesquisa foi a expectativa de que haverá alta da inflação, manifestada por 65% dos entrevistados.
O sonho não acabou Com o resultado do Datafolha, ganhou força no meio virtual campanha pela inversão da chapa presidencial Eduardo Campos-Marina Silva. A página "Oito dias que mudarão o Brasil" faz alusão à data de anúncio da chapa, na segunda-feira, e tem participação de dirigentes da Rede. Marineiros descartam a troca, mas temem saia justa com Campos caso a ideia ganhe corpo.
Bota-fora Com o pessebista fora do governo de Pernambuco, Dilma deve entregar cisternas em Caruaru, reduto eleitoral do governador João Lyra.
Pressão A promotora Alexandra Facciolli, que questiona o uso do volume morto do sistema Cantareira, sustenta que o decreto que define atribuições da ANA permite que a agência declare racionamento em São Paulo sem aval do grupo de acompanhamento da crise hídrica.
Efeito Ipea A Secretaria de Educação paulista, que estranhou resultado de sondagem da Apeoesp sobre qualidade no ensino, diz ter pedido acesso aos dados à entidade sindical há dez dias, mas ainda não os recebeu.
Visita à Folha Giovanni Guido Cerri, diretor da Faculdade de Medicina da USP.
TIROTEIO
"Desta vez Alckmin escolheu o mais votado. Se isso o guiou, é muito bom para a instituição, mas não estou na cabeça dele para saber."
DE FELIPE LOCKE CAVALCANTI, procurador de Justiça mais votado em 2012, sobre a recondução de Márcio Elias Rosa para a chefia do Ministério Público.

MÔNICA BERGAMO – Folha de S.Paulo 

DEVO, NÃO NEGO

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