por José Maria Tomazela e Chico Siqueira | Agência Estado
A defesa dos cinco
índios presos por suspeita de assassinato de três homens na reserva
Tenharim Marmelos, em Humaitá, sul do Amazonas, vai entrar com pedido de
habeas corpus nesta segunda-feira, 3, visando à soltura dos suspeitos.
De acordo com o advogado Ricardo Tavares Albuquerque, o pedido levará em
conta a fragilidade das provas. "A Polícia Federal apresentou provas
testemunhais, mas elas são genéricas e superficiais", disse, ressalvando
que a defesa ainda não teve acesso a todas as peças do inquérito. De
acordo com Albuquerque, a defesa também vai pedir a transferência dos
índios presos por estarem correndo risco de vida. Os indígenas estão no
presídio Pandinha, uma penitenciária de segurança média, em Porto Velho
(RO). O local, segundo ele, não oferece condições de segurança. "Meus
clientes estão sendo submetidos a diversos tipos de violação dos
direitos humanos, correndo até risco de vida. Por isso, vamos entrar com
pedido de transferência", afirmou.Tropas do Exército reforçaram a
vigilância na Transamazônica, diante da ameaça dos índios de estourar
pontes na rodovia em represália às prisões dos cinco indígenas da etnia
tenharim. Na noite de sexta-feira, 31, índios se agruparam nas
imediações da ponte sobre o rio Marmelo e os mais exaltados ameaçavam
pôr fogo na ponte. Motoristas em trânsito na estrada foram escoltados em
comboios pela Polícia Rodoviária Federal durante a travessia da terra
indígena. Em janeiro, as lideranças indígenas haviam informado ao
general Eduardo Villas Bôas, comandante militar da Amazônia, que iriam
destruir as pontes caso a pressão contra os índios aumentasse. A PRF
mantém bloqueios na estrada.
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