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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Vitorioso no pós-Mubarak, 'bloco islâmico' tenta se equilibrar no Egito

Apesar de 'rachas', bloco está em ascensão próximo a eleição presidencial.

Moderado Abdel Fotouh rivaliza com ex-chanceler do regime nas eleições.

Eles são 74% do Parlamento do Egito, possuem uma rede de serviços sociais muito maior que a do governo e, sob seu controle, estão diversos canais de televisão, assim como escolas e uma das principais universidades do país. No Egito pós-Mubarak, o "bloco islâmico", principal força politica e social do país, se encontra em franca ascensão, e sua influência atinge até mesmo setores da polícia e das forças armadas.

Mas a mera caracterização das forças do "bloco", que influencia quase todos os aspectos da vida social egípcia, disfarça as inúmeras fraturas presentes entre os islamitas. Linha-dura ou moderados, governistas ou revolucionários, liberais ou estatistas, a própria ideia de um "bloco islâmico" coeso parece estar cada vez mais distante da realidade.

No princípio, eram todos 'irmãos'
Ao contrário do que se imagina, a ascensão social dos islamitas é um fato relativamente novo na sociedade egípcia. Ao longo de todos os anos 1960, o país se colocava como um dos bastiões do secularismo na região, uma sociedade onde a Irmandade Muçulmana, a única organização radical religiosa de caráter nacional, possuía pouca simpatia entre a maioria da população.

Com a reorientação política do Egito após a morte do líder nacionalista Gamal Abdel Nasser, em 1970, o país foi lentamente caminhando em direção a uma maior mistura do Estado com a religião. Os novos governantes egípcios passaram a ver na islamização da sociedade a melhor forma de se protegerem do radicalismo de esquerda, que ameaçava as forças da ordem.

Egípcio passa em frente a tanque pintado em muro próximo à Praça Tahrir, no Cairo, em protesto contra a Junta Militar, nesta sexta-feira (18) (Foto: Reuters)Egípcio passa em frente a tanque pintado em muro próximo à Praça Tahrir, no Cairo, em protesto contra a Junta Militar, na sexta-feira (18) (Foto: Reuters)

Em meio aos conturbados anos 1970, a Irmandade também passou por um processo de transformação. A organização, que até então revindicava a tomada do poder pelas armas, passou lentamente a adotar uma perspectiva mais “gradualista” da tomada de poder. Fortalecendo sua rede social, composta por escolas, hospitais e instituições de caridade, a entidade passou a buscar um acordo tático com o estado egípcio. Seu projeto giraria em torno da ideia de "islamizar" a sociedade, em detrimento da tomada do poder pelas armas. Em pouco tempo, a organização e o estado nacional tornaram-se, de fato, aliados políticos.

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