Acidente entre carro e caminhão mata cinco pessoas - Foto: Divulgação/ Corpo de Bombeiros
A madrugada de 16 de maio de 2025 foi marcada por uma tragédia que abalou o Planalto Norte de Santa Catarina. Um grave acidente na BR-280, entre os municípios de Canoinhas e Irineópolis, resultou na morte de cinco jovens, todos ocupantes de um mesmo veículo. A colisão, que envolveu um carro Chevrolet Astra e um caminhão, aconteceu em um trecho conhecido por sua periculosidade, reacendendo debates sobre a segurança viária na região. As vítimas, com idades entre 18 e 30 anos, foram identificadas pelo Instituto Médico Legal (IML) ainda na tarde do mesmo dia, gerando comoção nas comunidades locais.
O acidente ocorreu por volta das 3h50, na localidade de Aparecida dos Pardos, próximo ao km 262,8 da rodovia. Equipes do Corpo de Bombeiros, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram rapidamente mobilizadas. Apesar dos esforços, os cinco ocupantes do carro já não apresentavam sinais vitais quando os socorristas chegaram. O motorista do caminhão, um homem de 38 anos, saiu ileso e permaneceu no local para prestar esclarecimentos.
As vítimas eram jovens com histórias e sonhos que se cruzavam em Irineópolis e arredores. Entre elas, estavam:Thiago Vanderlei Bay, 18 anos, estudante de agropecuária;
Gustavo Francisco de Aguiar Franco, 18 anos, também aluno do mesmo curso;
Gabriel Elaércio Lubanski, 21 anos, ex-aluno da instituição CEDUP Vidal Ramos;
André Luiz Javorivski Palmiro, 20 anos, técnico agrícola;
Jonar Augusto Gerber, 30 anos, o mais velho do grupo.
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A notícia da tragédia se espalhou rapidamente, deixando familiares, amigos e colegas em luto. Postagens em redes sociais lamentavam a perda precoce dos jovens, muitos dos quais trabalhavam juntos na empresa Big Safra, em Irineópolis.
Histórico de tragédias na rodovia
A BR-280, que corta o Planalto Norte catarinense, tem um longo histórico de acidentes graves. O trecho entre Canoinhas e Irineópolis, em especial, é frequentemente apontado por moradores como um dos mais perigosos. Em agosto de 2022, outra colisão no mesmo km 262 vitimou cinco pessoas, incluindo uma criança de sete anos. Dados da PRF mostram que, em 2024, a BR-280 registrou 47 mortes em 754 acidentes em todo o estado, sendo 32 delas no trecho entre Mafra e Porto União.
Moradores da região relatam que a combinação de curvas acentuadas, falta de sinalização adequada e tráfego intenso de caminhões contribui para o alto índice de sinistros. A rodovia é uma das principais vias de escoamento de madeira e produtos agrícolas, o que aumenta o fluxo de veículos pesados. Além disso, a ausência de duplicação em grande parte do trecho é um fator que agrava os riscos.
Detalhes da colisão
O acidente de 16 de maio envolveu um Chevrolet Astra, com placas de Porto União, e um caminhão Volvo, registrado em Três Barras. Segundo informações preliminares da PRF, a colisão foi transversal, com o carro ficando completamente destruído sob o caminhão. O impacto foi tão severo que os corpos das vítimas ficaram presos às ferragens, exigindo um trabalho complexo de desencarceramento por parte dos bombeiros.
A dinâmica exata do acidente ainda está sob investigação. A PRF não divulgou se o motorista do caminhão foi submetido ao teste de etilômetro ou se estava cumprindo a Lei do Descanso. Também não há informações sobre a documentação do veículo ou do condutor. A Polícia Civil assumiu o caso para apurar as causas, que podem incluir fatores como velocidade, condições da pista ou falha mecânica.
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Os bombeiros chegaram ao local às 3h56, na localidade de Aparecida dos Pardos. O cenário encontrado era devastador, com o Astra praticamente irreconhecível. Equipes do Samu de Canoinhas e Irineópolis auxiliaram no atendimento, enquanto o Instituto Geral de Perícias (IGP) foi acionado para a remoção dos corpos.

Cinco pessoas do mesmo carro morrem após colisão com caminhão na BR-280 – Foto: Reprodução/ TV Globo
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Vítimas e suas histórias
Os cinco jovens que perderam a vida no acidente tinham trajetórias marcadas por esforço e sonhos. Thiago Vanderlei Bay, de 18 anos, era natural de Irineópolis e conhecido por sua dedicação aos estudos. Ele cursava técnico em agropecuária no CEDUP Vidal Ramos, em Canoinhas, e sonhava em trabalhar no setor agrícola.
Gustavo Francisco de Aguiar Franco, também de 18 anos, compartilhava o mesmo curso e ambições. Natural de São Mateus do Sul, no Paraná, ele residia em Irineópolis e mantinha uma loja de roupas online, demonstrando espírito empreendedor. Filho de um ex-vereador, Gustavo era descrito por amigos como alguém carismático e determinado.
Gabriel Elaércio Lubanski, de 21 anos, era ex-aluno do CEDUP Vidal Ramos e trabalhava como técnico agrícola em uma cooperativa em Irineópolis. Natural de Mallet, no Paraná, ele havia construído uma vida em Porto União e era reconhecido por sua habilidade no campo.
André Luiz Javorivski Palmiro, de 20 anos, também atuava como técnico agrícola. Natural de União da Vitória, no Paraná, ele passava a semana em Irineópolis e retornava à sua cidade natal nos fins de semana. Amigos destacaram sua alegria e comprometimento com o trabalho.
Jonar Augusto Gerber, de 30 anos, era o mais velho do grupo. Natural de Rio Negro, no Paraná, ele trabalhava na Big Safra e era visto como uma referência pelos colegas mais jovens. Sua experiência no setor agrícola era admirada por todos.
Reações da comunidade
A notícia da tragédia gerou uma onda de luto nas redes sociais. Familiares e amigos compartilharam mensagens de despedida, destacando as qualidades dos jovens. Uma moradora de Canoinhas escreveu: “É muito triste ver tantas vidas interrompidas. Que as famílias encontrem força para superar essa dor”.
A empresa Big Safra, onde os cinco trabalhavam, emitiu uma nota de pesar, lamentando a perda de seus funcionários. A instituição CEDUP Vidal Ramos também se manifestou, expressando condolências e destacando o impacto dos jovens na comunidade escolar.Homenagens nas redes sociais incluíram fotos e vídeos dos jovens;
Comunidades de Irineópolis e Porto União organizaram momentos de oração;
Moradores pediram melhorias urgentes na segurança da BR-280;
Escolas da região suspenderam atividades em sinal de luto.
Velórios e sepultamentos
Os corpos das vítimas foram liberados pelo IML na tarde de 16 de maio e encaminhados para velórios em diferentes cidades. Thiago Vanderlei Bay foi velado no Centro de Uso Múltiplo de Irineópolis, com sepultamento marcado para 17 de maio, às 10h30, no Cemitério Municipal.
Gustavo Francisco de Aguiar Franco teve seu velório iniciado às 19h no mesmo local, sendo transladado na manhã seguinte para São Mateus do Sul, onde foi sepultado na Colônia Taquaral. Gabriel Elaércio Lubanski foi velado em Mallet, na Capela Mortuária Municipal, após traslado de Canoinhas.
André Luiz Javorivski Palmiro foi levado para União da Vitória, onde amigos e familiares se despediram. Jonar Augusto Gerber teve seu velório na Capela Municipal de Rio Negro, a partir das 22h30 de 16 de maio.
Segurança viária em debate
A tragédia reacendeu discussões sobre a segurança na BR-280. Moradores e lideranças locais têm cobrado melhorias na rodovia há anos. A falta de duplicação, sinalização insuficiente e a presença constante de veículos pesados são apontados como fatores que aumentam o risco de acidentes.
Em 2024, a PRF registrou 754 acidentes na BR-280 em Santa Catarina, com 47 mortes. O trecho entre Mafra e Porto União concentrou 68% dessas fatalidades, segundo dados oficiais. A rodovia é essencial para o transporte de cargas, mas a infraestrutura não acompanhou o crescimento do tráfego.Principais problemas apontados: curvas perigosas, falta de acostamento e sinalização deficiente;
Demandas da população: duplicação do trecho e instalação de radares;
Propostas em andamento: DNIT estuda melhorias, mas sem prazos definidos;
Histórico de acidentes: pelo menos três colisões com cinco mortes desde 2016.
Ações das autoridades
A PRF informou que a investigação sobre o acidente está em andamento. Perícias no local e nos veículos envolvidos serão realizadas para determinar as causas. A Polícia Civil também abriu um inquérito para apurar responsabilidades.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) foi acionado por lideranças locais para avaliar o trecho. Em nota, o órgão afirmou que estudos para melhorias na BR-280 estão em curso, mas não detalhou prazos ou projetos específicos.
Trabalho das equipes de resgate
O atendimento no local do acidente envolveu um esforço conjunto de diversas equipes. O Corpo de Bombeiros de Canoinhas e Irineópolis trabalhou por horas para retirar os corpos das ferragens. O Samu prestou apoio, enquanto a PRF organizou o trânsito, que ficou parcialmente interditado.
O IGP teve um papel crucial na identificação das vítimas e na liberação dos corpos. A complexidade da cena exigiu coordenação entre os órgãos, que enfrentaram dificuldades devido à gravidade do impacto.Equipes envolvidas: Bombeiros, Samu, PRF e IGP;
Tempo de atendimento: cerca de quatro horas no local;
Condições do cenário: veículo destruído e corpos presos às ferragens;
Trânsito: liberado parcialmente após remoção dos destroços.
Luto nas cidades afetadas
As cidades de Irineópolis, Canoinhas, Porto União, União da Vitória, Mallet e Rio Negro foram profundamente impactadas pela tragédia. Escolas, igrejas e associações locais organizaram homenagens às vítimas. Em Irineópolis, o Centro de Uso Múltiplo tornou-se ponto de encontro para amigos e familiares.
A cooperativa onde os jovens trabalhavam suspendeu atividades no dia 16 de maio em respeito ao luto. Líderes comunitários pediram união e apoio às famílias, enquanto autoridades prometeram acompanhar as investigações.
Outros acidentes recentes na BR-280
A rodovia tem sido palco de tragédias frequentes. Em abril de 2024, quatro pessoas morreram em uma colisão entre três carros em Papanduva. Em setembro do mesmo ano, uma família de cinco pessoas perdeu a vida em Porto União. Esses casos reforçam a urgência de medidas para reduzir os riscos na rodovia.
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Em novembro de 2024, outro acidente em Irineópolis deixou uma vítima fatal, Eneas Mangue, de 48 anos. A colisão envolveu um Volkswagen Gol, um Fiat Strada e um caminhão, destacando a vulnerabilidade dos motoristas no trecho.Acidentes em 2024: 754 registrados, com 47 mortes;
Trecho mais perigoso: Mafra a Porto União, com 32 fatalidades;
Tipos de colisões: frontais, transversais e traseiras;
Veículos envolvidos: carros de passeio, caminhões e motos.
Perfil dos jovens e legado
Os cinco jovens eram conhecidos por sua dedicação ao trabalho e aos estudos. Thiago e Gustavo, alunos do CEDUP Vidal Ramos, eram vistos como promessas no setor agropecuário. Gabriel, já formado, aplicava seus conhecimentos na cooperativa Big Safra, enquanto André e Jonar traziam experiência e liderança.
Amigos destacaram a amizade entre eles, que compartilhavam momentos de lazer e trabalho. Suas mortes deixaram um vazio nas comunidades onde viviam, mas também um legado de esforço e união.