Foto: Agência Brasil/Arquivo
A Polícia Federal considera que foram encontrados "indícios
suficientes de materialidade e autoria" para configurar uma tentativa do
presidente Michel Temer de comprar o silêncio do ex-presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do operador Lúcio Funaro no
relatório final da Operação Cui Bono, que investiga irregularidades na
Caixa Econômica Federal. A PF acredita que o presidente incentivou
Joesley Batista a manter pagamentos a Cunha e Funaro, que estavam
presos, para que os dois não fizessem acordos de delação premiada. A
acusação da PF é baseada na delação premiada do empresário Joesley
Batista, da J&F e do áudio gravado pelo empresário com Temer no
Palácio do Jaburu. Joesley disse, em depoimento, que teria repassado R$ 5
milhões para Cunha depois que ele foi preso em 2016 como "saldo de
propina". O empresário “asseverou que deu ciência a Michel Temer” sobre
os pagamentos, deixando claro que “se destinavam a garantir o silêncio”
dos dois, “ao que sua Excelência (Temer) teria recomendado a manutenção
de tais repasses”, afirma o relatório. Uma denúncia foi realizada pela
Procuradoria-Geral da República contra o presidente por conta desse
caso, mas foi barrada pela Câmara dos Deputados. O processo voltará a
tramitar quando Temer terminar seu mandato.
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