Foto: Divulgação
A vocalista do grupo “Sertanília”, Aiace Felix, foi agredida
por um taxista, com três socos, ao sair de uma festa no Rio Vermelho,
neste domingo (3). Nas redes sociais, a artista contou que estava com a
irmã e uma amiga, caminhando em direção ao Largo da Mariquita, por volta
das 5h30, quando o agressor, que estava parado na fila de táxi em
frente a Commons, assediou sua irmã. “Quando fui pedir por respeito,
embora seja óbvio que ele é meu por direito, o taxista se sentiu
incomodado por eu tê-lo confrontado e me respondeu de forma bem
agressiva reiterando o assédio”, contou Aiace, relatando ainda que
seguiu andando, “quando ele deu uma ré super brusca tentando atropelar a
mim e as meninas. Um rapaz que passava na hora me puxou e evitou que
algo mais grave acontecesse. Não satisfeito, o taxista saiu do carro,
veio na minha direção e me deu 3 socos no rosto, atingindo meu olho
direito, minha boca e o ombro/pescoço. Como resultado, ganhei uma lesão
na córnea e alguns hematomas pelo corpo”.
Artista sofreu lesão na córnea em decorrência dos três socos desferidos pelo motorista de taxi | Foto: Reprodução / Facebook
A cantora disse ainda que teve dificuldade para encontrar
atendimento. “A partir daí iniciamos uma saga buscando atendimento. Não
sabíamos se seguíamos pra Delegacia da Mulher, que de início parecia o
caminho mais certo, onde teoricamente poderia ser melhor assistida e
acolhida. Só que não... Ao chegar por lá fomos atendidas por uma senhora
super mau humorada e sem muito trato pra acolher uma vítima de
agressão. Ela nos informou que lá só poderiam ser acolhidos casos em que
a vítima tivesse alguma relação com seu agressor. Então quer dizer: eu
sou mulher, sofro uma agressão por ser mulher, mas não posso ser
acolhida na delegacia da mulher?!!!”, indagou Aiace, que registou a
ocorrência em uma delegacia comum, onde recebeu os primeiros socorros.
Apesar da violência, a artista destacou os malefícios do “machismo,
burocracia, preconceito, despreparo” e garantiu que não vai se calar.
“Nós somos vítimas desse sistema falocêntrico há anos. Eu não fui a
primeira vítima do machismo, mas espero muito que estejamos mais
próximas de ver a última. Eles não vão nos calar!! Juntas somos muito
mais fortes e não somos obrigadas a nada que a gente não queira! Não sou
propriedade de ninguém e não vou aceitar calada. E se pra isso eu tiver
que apanhar mais mil vezes, pode vir que eu aguento!”, escreveu.
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