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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Estudante é cadastrado como Samuel “boiola” em recepção


Sem saber o que fazer, saiu do Edifício Mundo Plaza (Avenida Tancredo Neves, em Salvador) e ligou para uma amiga. Aconselhado, voltou, pegou o cartão de acesso de novo e constatou: estava identificado com termo usado frequentemente de forma pejorativa para se referir a homossexuais. Com fotos do ocorrido, registrou queixa na administração do Mundo Plaza e boletim de ocorrência na 16ª Delegacia, na Pituba. Ele disse que pretende mover processo por danos morais. “Eu me senti constrangido. Revoltado, impotente. Foi realmente um ato discriminatório. Um termo pejorativo. Muito triste”, diz o estudante, que considera o ato um exemplo de homofobia. O caso ocorreu no último dia 28, mas veio à tona esta semana. Samuel destaca que havia ido ao Mundo Plaza para revisão de uma consulta. Ele só observou o “boiola” na saída do prédio. De acordo com a titular da 16ª DP, a delegada Maria Selma, o caso foi registrado como crime de injúria. A síndica do edifício e duas funcionárias terceirizadas que fazem o cadastro de acesso ao local já foram ouvidas. Restam outras duas. “O inquérito não está fechado. Mas vou chamá-lo (Samuel) novamente, porque para a gente ele não declarou que considerava o caso homofobia”, diz a delegada. Ela diz que, apesar de homofobia não ser crime, a situação mudaria. “Homofobia não é crime, mas a gente pode agravar um pouco”, acrescenta. Presidente da Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados (OAB-BA), Filipe Garbelotto diz que não tem dúvidas de que é homofobia: “Não interessa se ele é ou não homossexual. A alcunha pejorativa mostra que o que está por trás é a homofobia”. Em nota, a Enashopp, administradora do Mundo Plaza, informa que respeita a “autodeterminação de identidade de gênero dos funcionários e dos frequentadores do centro comercial” e que repudia qualquer ato de preconceito. “O empreendimento informa que já tomou todas as medidas cabíveis junto à empresa terceirizada que é a responsável pela contratação do funcionário envolvido no caso”, ressalta na nota o empreendimento. Após reclamar na administração, ele diz que foi informado de que o problema tinha sido corrigido. “Me disseram que estava agora Samuel ‘Loiola'”, acrescenta. No entanto, ele não tem Loiola no nome. “Eu me chamo Samuel Nascimento de Oliveira Neto. Colocaram esse sobrenome para burlar o que aconteceu”, aponta. Ele desconfia que algum funcionário possa tê-lo identificado desta forma desde a época em que trabalhou no prédio em 2013. “Trabalhei um mês e meio em uma agência de viagens, mas fechou. Havia a chacota entre eles e eu nem sabia”, relembra. Segundo Samuel, as catracas com visor onde são exibidos os nomes foram instaladas recentemente. (A Tarde)

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