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ITABUNA-BA

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Força Nacional, sem ação institucional, não resolverá crise na Serra do Padeiro

 



A Força Nacoinal de Segurança já está na região de conflitos entre índios e fazendeiros - a maioria pequenos agricultores, assentados de projetos de reforma agrária e agricultores familiares - na Serra do Padeiro. O território é um campo altamente explosivo. São centenas - ou milhares - de autodeclarados índios, armados até os dentes, insuflados por uma ideia de posse imediata de uma terra prometida (pela Funai). Esse grupo passa a ter, aos poucos, a resistência por parte dos produtores ameaçados, que sempre buscaram a via do diálogo institucional, mas que já estaria, segundo informações não oficiais, se organizando visando a resistência armada. O clima é de guerra, e os carros oficiais queimados na sexta-feira deixam isso bem explicitado. Difícil acreditar que, apenas com a presença de um punhado de homens da Força Nacional de Segurança o problema possa ser resolvido. Um agravante é que os produtores estão identificando nos liderados do cacique Babau a figura do poder público constituído - o executivo, especialmente - representado justamente pela força policial que ora tem a missão de apaziguar a situação. Sem uma ação concreta, nem que seja um diálogo franco e sincero das autoridades estaduais e federais com todas as partes envolvidas, dificilmente a paz (hipoteticamente) conseguida pela força policial nos próximos dias poderá se transformar numa paz duradoura.É preciso uma ação institucional. O governador Jaques Wagner, assim como diversos ministérios e até a própria presidenta Dilma, foram alertados por diversas vezes da gravidade da situação. O deputado Geraldo Simões fez dois discursos/apelos na Tribuna da Câmara na semana passada, citando os mandatários baiano e brasileira, a fim de se evitar, justamente, o que ocorreu na sexta-feira em Buerarema. Que poderia, diga-se, ter sido muito pior, a julgar pelas ameaças e cerceamento da liberdade profissional contra jornalistas que apenas pretendiam reportar os fatos. A ideia que se tem com a presença - apenas - do efetivo policial na área de conflito é que os governos pretendem curar uma ferida infeccionada com merthiolate - pra lembrar dos tratamentos automedicados de minha infância - sem atentar para o risco de que o problema localizado possa se espalhar por toda uma região, atingindo, por exemplo, as zonas urbanas dos municípios que compõem a área de conflito - Una, São José da Vitória e Ilhéus, além de Buerarema, o epicentro da coisa. O governo federal precisa ter coragem para assumir o controle da situação - é um direito do cidadão que paga impostos ter seus direitos individuais assegurados pelo poder central, que ele financia. É preciso, garantindo a segurança de todos, barrar o processo de demarcação das terras, garantindo a segurança dos produtores e dos autodeclarados índios. Não é demais lembrar que o próprio governo instalou, ali dentro, cinco assentamentos de reforma agrária.Seria um contrasenso descolonizar uma área que já responde, há mais de 250 anos, às questões de produção, geração de renda e garantia da dignidade da pessoa humana residente no campo. Outra solução seria a indenização de todos os proprietários que serão - já estão sendo - expulsos de suas terras, para a posterior criação de uma reserva indígena que atenda às demandas do povo Tupinambá, se elas forem julgadas justas. O que não se pode, nesse momento, é estimular - ainda que indiretamente, pela omissão - o processo de violência e o ódio étnico, enquanto pessoas correm sérios riscos de morte numa guerra inventada por um pequeno grupo, mas que já aterroriza toda uma região e chama a atenção - finalmente! - das autoridades. Na semana passada foram 63 invasões, cinco carros incendiados, uma mercearia queimada e uma mulher chamuscada. O que nos reserva o futuro?                          
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